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POESIA:

​

​

O ARTESÃO


A madeira tatuada,
o entalho enquanto trama
de juízos mastigados.
A natureza morta
pela penitência absorta
em justificativas de cupins.
O veio artesão em vida
que recolhe o pó das sobras
nos golpes que lhe cabem.

​LIBERTAÇÃO

​

Pobre poesia,

Enjaulada nessa coisa

Chamada métrica.





FIM DE TARDE



- Café, café!

Repete o papagaio.
Os ecos do bule
materializam a solidão.

- Acorda, menino, é quase noite!
O sol já cai dos prédios,
a fachada das casas
se deixam usar pelo crepúsculo.

A maresia, que morfa as roupas,
o charme das moças
na rua da frente
Tudo reclama sua inutilidade.

É mais um fim de tarde em Aracaju.

​           Ruminações
                
                Sou um homem só

                com meus livros
                Como quem guarda,

                soturno
                seus dentes de leite.

                Os livros são como raízes
                próteses lúcidas
                ocupações quase orgânicas
                de coisas coisas perdidas.

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